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segunda-feira, 29 de março de 2010

Visita à Associação Portuguesa de Alzheimer


Na passada sexta-feira, dia 26, deslocámo-nos até Lisboa, mais propriamente a Alcântara, a fim de visitar a Associação Portuguesa de Alzheimer.


Já na sede desta instituição fomos, extramente, bem recebidas pela Dr. Ana Margarida Cavaleiro - Coordenadora do Departamento de Formação - com quem desde o ínicio tinhamos estabelecido contacto e pela Dr. Margarida Matos - Directora Técnica do Centro de Dia, que foi quem nos presenteou com uma objectiva e esclarecedora apresentação sobre o que é a Associação Portuguesa de Alzheimer e como funciona este Centro de dia que iriamos visitar.

Após esta parte mais teórica da nossa visita, passámos, então, à fase, por nós, mais esperada - o contacto directo com a doença. Tivemos, assim, a oportunidade estar junto a idosos a quem foi diagnosticada a patologia de alzheimer. Foi gratificante poder ver a alegria de pessoas, que aparentemente, são normais, mas ao fim ao cabo, possuem uma anomalia degenerativa a nível cerebral que vai aumentando o seu grau de manifestação com a idade.

Para além de toda a envolvência emocional, aprendemos muito sobre o que se pode fazer com estes doentes para além da intervenção farmacológica, isto é, apesar de o Alzheimer ser uma doença que requer a administração de fármacos aos seus doentes, não significa que seja apenas esse o único "remédio" para manter estes doentes activos. Muito pelo contrário, uma intervenção de estimulação do próprio individuo é, por vezes, muito mais bem sucedida que qualquer um dos medicamentos que possam ser receitados. Assim sendo, e numa tentativa de encontrar a combinação perfeita neste Centro de Dia, os doentes podemos encontrar são para além de medicados como é aconselhado pelo seu médico, são estimulados tanto a nível cognitivo como sensorial de modo a melhorar a sua prestação no seu dia-a-dia.

Como é obvio esta estimulação varia de pessoa para pessoa, uma vez que nenhum dos doentes é igual, pois cada um tem a sua própria personalidade bem como as suas próprias vivências existenciais que a diferencia de todas as outras. Contudo há actividades estimulantes que são comuns a todos os doentes que frequentam o Centro de Dia. E, precisamente no dia 26 de Março foi perceptível uma dessas actividades. Sem ser uma data reconhecida a nível mundial e nem sequer a nacional ou regional foi ali marcado pelo simples facto de ali se encontrarem duas alentejanas, que como seria de esperar, não se mostraram indiferentes a este acontecimento.

O ambiente era de festa. As pessoas dançavam, pulavam, cantavam e sorriam à moda do Alentejo. Todos se mostravam felizes mas sem dúvida que eram os olhos daquelas duas alentejanas os que mais transbordavam de felicidade, porque era uma dia que as fazia sentir vivas, actualizadas, porque o viver o passado era tão presente como em tempos o foi.

São actividades como estam que de tempos em tempos vão acontecendo levando a reviver o passado outras pessoas que ali se encontram, seja a sua nacionalidade portuguesa ou espanhola, venha ela do Alentejo ou do Norte, merece igualmente ser presenteada com o prazer de viver.

A nossa visita foi de apenas um dia, mas um dia muito bem passado e no qual podemos ver que o carinho, a atenção, e a disponibilidade que damos ás pessoas são muitas vezes a melhor cura que lhe podemos dar, não esquecendo que o amor que damos aos outros também nos faz a nós crescer como pessoas.


Foi portanto, uma experiência grandiosamente productiva para o nosso trabalho. :)

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